Gestão de riscos na engenharia

A gestão de riscos na engenharia, assim como em outros setores, precisa ser controlada e prevista em um projeto bem elaborado. São muitas incertezas em termos de riscos e todos eles podem gerar atrasos, custos, objeções e danos a um projeto.

Contudo, empresas do setor de construção precisam identificar todos os riscos, ainda na fase de planejamento, para estarem preparadas para solucionar os problemas sem impactar o projeto.

Com um projeto bem feito, que inclua uma gestão de risco bem planejada, torna-se possível identificar com antecedência algumas situações e resolvê-las de forma favorável à obra, garantindo seu sucesso.

Atualmente é imprescindível que empresas desse setor saibam lidar com imprevistos, já que eles podem prejudicar a obra com atrasos, retrabalhos e elevação de custos.


O que é Gestão de riscos?

A ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, traz uma norma – NBR ISO 31000/2018 – que define a gestão de riscos como uma atividade coordenada para dirigir e controlar uma organização no que se refere a qualquer tipo de risco.

Dentro da engenharia civil, essa gestão deve atuar para identificar as ameaças que podem causar danos à obra. Geralmente são feitas análises físicas do ambiente para tentar detectar qualquer tipo de problema que possa surgir.

De acordo com a NBR citada acima, uma gestão de risco bem feita, precisa conter:

Integração – a gestão de risco deve estar integrada a todas as atividades organizacionais da empresa;

Estrutura e abrangência – uma boa estrutura irá contribui para resultados mais consistentes e comparáveis;


Personalização – a estrutura e o projeto de gestão de riscos devem ser personalizadas e proporcionais aos contextos externos e internos da empresa, relacionados aos seus objetivos;


Inclusão – o envolvimento de várias pessoas, com conhecimentos específicos e pontos de vista voltados para a gestão, possibilita mais propriedade na hora de construir um projeto mais fundamentado;


Dinâmica – o tipo de risco pode desaparecer ou mudar conforme o andar do projeto e os contextos internos e externos da empresa. A gestão de risco deve estar preparada para antecipar, detectar, reconhecer e responder de acordo com as mudanças e eventos de forma apropriada e oportuna;

Informações disponíveis – o projeto é baseado em informações históricas e atuais, bem como em expectativas futuras. Por isso, o projeto deve levar em consideração qualquer limitação e incerteza associada a essas expectativas com informações claras e disponíveis para todos que tiverem interesse em acessá-las;

Fatores humanos e culturais – um projeto bem estruturado precisa levar em consideração o comportamento humano e a cultura em todos os aspectos da gestão em cada nível;

Melhorias contínuas – todo o aprendizado e experiências que são obtidos ao longo da aplicação do projeto, deve ser considerado como experiência para os próximos;

Como identificar os ricos?

Qualquer tipo de risco ou ameaça devem ser identificados com o máximo de antecedência possível, para que possam ser previstos no projeto.

Por isso, é importante fazer uma análise minuciosa do local onde será feita a obra. Saber quais as atividades que serão realizadas, quais os materiais utilizados, quais as máquinas e ferramentas irão ser necessários e, a partir destas informações, pontuar as ameaças que existem no ambiente.


Etapas do processo de gerenciamento de risco em engenharia

Embora não seja possível evitar todos os riscos, você pode antecipar alguns por meio de processos. Uma sugestão é seguir estas etapas:

1 – Identifique o risco –  identificar os riscos pode ser uma experiência positiva que envolve toda a equipe. Aproveite o conhecimento e a experiência dos colaboradores para colher informações de problemas que eles já vivenciaram. Isso irá criar uma interação e incentivará um aprendizado multifuncional.

Depois de colher todas as experiências, é importante fazer um registro de risco de projetos que poderá ser usado como referência em outros projetos.

2 – Analise o risco – após identificar os riscos, é hora de aprofundar um pouco mais, tentando achar as probabilidades de ocorrência e quais as soluções para cada um deles.

3 – Priorize os riscos – faça uma lista com todos os riscos levantados e priorize em ordem quais são mais graves e com mais probabilidade de acontecer. Não esqueça de sempre ter uma solução para cada um deles.

4 – Trate o risco – é o momento de definir qual a ação será realizada de acordo com cada problema. Trata-se da forma, prazo e os responsáveis pelas medidas definidas.


5 – Monitore o risco – é a última etapa. Aqui é necessário avaliar se tudo foi feito da forma que estava planejado ou se existe a necessidade de rever alguns processos. Essa etapa deve ser feita e refeita várias vezes durante todo o projeto.


Como classificar os riscos?

Depois de todo o detalhamento de possíveis riscos, é preciso identificá-los. Existe uma forma padrão de identificação por grupos e cores. Conheça:

I – Verde – Riscos físicos – está relacionado a energia elétrica aos quais os trabalhadores estarão expostos;

II – Vermelho – Riscos químicos – são agentes que podem ser inalados pelos trabalhadores da obra, como poeira e vapores, por exemplo.

III – Marrom – Riscos biológicos – nesse caso são incluídos bactérias, fungos e parasitas.


IV – Amarelo – Riscos ergonômicos – são aquelas situações que podem causar desconforto ao trabalhador e que afetem a sua saúde, como por exemplo a repetitividade de uma tarefa.

V – Azul – Riscos de acidentes – são máquinas e equipamentos utilizados na obra que possam afetar a integridade do trabalhador.

A classificação é padrão para todas as empresas, assim facilita a identificação, criando um hábito de não induzir ao erro.


Não adianta somente classificar os riscos, eles precisam ser monitorados para garantir que o projeto irá andar da forma correta. Esse monitoramento pode ser feito de duas formas: Proativo e Reativo.


Proativo – é o método que aplica ações para prevenir os acidentes. São feitas vistorias e fiscalizações com o objetivo de usar indicadores para análises preventivas para propor possíveis soluções de algo que pode acontecer.

Reativo – é quando recebe, avalia e acompanha os incidentes ao mesmo tempo que propõe soluções.

 

Processo de gestão de riscos na engenharia

Os processos precisam de tempo para serem configurados e implementados.  Eles são compostos por cinco etapas, são elas:

1 – Fazer planejamento geral – nesse planejamento deve ter os níveis de detalhamento, de recursos disponíveis e de controle, tornando visíveis os imprevistos.

2 – Identificar os problemas – eles devem ser identificados através de experiências de gerentes e contribuição de toda a equipe.

3 – Avaliar ameaças – é preciso identificar as ameaças e avaliá-las.

4 – Monitorar e controlar – esse controle deve ser feito continuamente, pois riscos podem surgir a qualquer momento.


Por que implementar a gestão de risco?

Como vimos anteriormente, a gestão de risco irá permitir que a empresa aja de forma preventiva, para reduzir as possibilidades de eventos não esperados.

Contudo, quando existem planos de ações para determinadas emergências, com certeza se terá uma resposta mais rápida.

Quando usada a gestão de risco é possível tomar decisões no presente, mas sempre pensando no futuro.

Investir na Gestão de Riscos em projetos de engenharia civil tem retorno garantido para a empresa, pois irá prevenir várias situações de risco, gastos desnecessários, além de atrasos na obra e insatisfação do cliente e dos próprios trabalhadores.

Enfim, busque uma empresa que trate seu projeto com cuidado, sempre investindo em uma gestão de risco bem fundamentada.

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